A vida é algo estranho... O mundo é bastante complexo, compreendê-lo é difícil e por isso só com a luz divina podemos viver com algum sossego. É este o sentimento que nos apossou ao tomarmos contacto com a notícia da morte do Frei João Domingos, antigo paraco da Igreja do Carmo, em Luanda, e Reitor do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Luanda.
Numa sociedade onde há uma grande perda e crescente desvertuosismo dos valores, o Frei João Domingos não se cansou de pregar a mensagem cristã de solidariedade, de amor ao próximo, do combate a pobreza, de aumento da sensibilidade humana ante o sofrimento alheio... enfim, um sem número de razões que nos fazem ficar tristes pelo vazio da sua partida.
Numa altura em que a Igreja Católica vive abalada pela crise das pedofilias e outros casos menos dignos da cristiandade, a mensagem do Frei João Domingos, pela profundidade do alcance, pela sua simplicidade, pela candura da sua própria personalidade nos faziam forçosamente ficar a estar atentos às suas homilias e reconsiderar a fé a devoção na igreja.
Há instantes, falando com alguém, chegamos a uma conclusão: a sua figura faz falta na nossa sociedade. Mas, aqui, valho-me do positivismo de Nitizche para afirmar que a natureza não admite vazios e como tal - temos fé - outros se lhe seguirão no exemplo - dentro ou fora da igreja.
Cristão e confiante na necessidade de propagação maior da doutrina social da Igreja entre os vários segmentos de fiéis e não só, faço votos que a sua obra não morra. Quero crer que agora mais do que nunca, com o desenvolvimento social e económico que fomos conhecendo nos últimos anos ao qual nem mesmo a crise conseguir travar, é hora de entrar em cena os assistentes e activistas sociais formados aos montes por este benigno monge.
Que a sua alma descanse em paz!
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