Luanda tornou-se nos últimos anos uma cidade muito dificil de se viver, quase insuportável e inqualificável para se a caracterizar.
Uma leitura aos escritos de grande parte dos nossos poetas e romancistas sobre a cidade, um olhar introspectivo sobre a nossa realidade nos últimos 20 anos faz-nos estar diante de uma cidade onde tudo era dificil, mas muito agradável, para uma metrópole onde tudo existe, ao dispor de todos em qualquer lugar.
Falo isso porque ando farto da venda ambulante que há hoje na cidade.
Quando tudo nos fazia crer que este fenómeno iria diminuir, tudo indica que ele tem vindo a aumentar sendo por isso das claras evidências do nosso êxodo rural. Roupas, comida, bebidas, especiarias, medicamentos, discos, livros, enfim, tudo se vende nas ruas de Luanda e não há qualquer sentido de higiene ou civismo entre estes vendedores novos da cidade.
Digo novo porque, constou-me há dias que muita gente no interior vive pensando e sonhando nos meios para a sua vinda a Luanda. Entre as senhoras que cá atracam, há mesmo uma teia de solidariedade de tal sorte que muitas partilham os chamados "anexos" apenas para dormirem, guardarem os seus negócios e darem guaridas aos bebés com que se passeiam na zunga ou nos pontos fixos e esquinas da capital onde se instalam para o seu comércio.
Claramente que continuamos a assistir um fenómeno que não se resolve apenas com medidas administrativas, antes passa pelo largo investimento que deverá ser feito nas províncias, em termos económicos, sociais e até culturais. Muito do que é feito cá em Luanda bem deveria ser feito nas províncias, criando elementos de atratividade que induzissem muitos dos actuais moradores de Luanda a se mudarem para estas províncias ou ainda os nativos destas províncias a se manterem nelas.
Entre 2006-2008 este fenómeno aconteceu com algumas pessoas e só a crise serviu de tampão, retornando ao velho e bicudo problema do êxodo rural com destino em Luanda. Com mais e melhor educação, com mais e melhor assistência médica, com mais restauração, com mais investimentos, estou em crer que não hesitarei em mudar-me para uma outra província.
Entretanto, nos próximos anos, e em função do aumento dos licenciados em Angola com o aparecimento de novas universidades públicas e privadas, muita gente será forçada, pela dinâmica do mercado de trabalho que poderá atingir alguma saturação em Luanda, muitos jovens irão preferir desistir da velha cidade...
Tudo questões que o tempo dirá.
Por ora, vale reter que o comércio informal torna Luanda incarecteristica, ao mesmo tempo que o fenómeno da migração entre Luanda e as províncias conhece algumas variáveis muito interessantes de se analisar. Esperemos pelo futuro próximo.
Uma leitura aos escritos de grande parte dos nossos poetas e romancistas sobre a cidade, um olhar introspectivo sobre a nossa realidade nos últimos 20 anos faz-nos estar diante de uma cidade onde tudo era dificil, mas muito agradável, para uma metrópole onde tudo existe, ao dispor de todos em qualquer lugar.
Falo isso porque ando farto da venda ambulante que há hoje na cidade.
Quando tudo nos fazia crer que este fenómeno iria diminuir, tudo indica que ele tem vindo a aumentar sendo por isso das claras evidências do nosso êxodo rural. Roupas, comida, bebidas, especiarias, medicamentos, discos, livros, enfim, tudo se vende nas ruas de Luanda e não há qualquer sentido de higiene ou civismo entre estes vendedores novos da cidade.
Digo novo porque, constou-me há dias que muita gente no interior vive pensando e sonhando nos meios para a sua vinda a Luanda. Entre as senhoras que cá atracam, há mesmo uma teia de solidariedade de tal sorte que muitas partilham os chamados "anexos" apenas para dormirem, guardarem os seus negócios e darem guaridas aos bebés com que se passeiam na zunga ou nos pontos fixos e esquinas da capital onde se instalam para o seu comércio.
Claramente que continuamos a assistir um fenómeno que não se resolve apenas com medidas administrativas, antes passa pelo largo investimento que deverá ser feito nas províncias, em termos económicos, sociais e até culturais. Muito do que é feito cá em Luanda bem deveria ser feito nas províncias, criando elementos de atratividade que induzissem muitos dos actuais moradores de Luanda a se mudarem para estas províncias ou ainda os nativos destas províncias a se manterem nelas.
Entre 2006-2008 este fenómeno aconteceu com algumas pessoas e só a crise serviu de tampão, retornando ao velho e bicudo problema do êxodo rural com destino em Luanda. Com mais e melhor educação, com mais e melhor assistência médica, com mais restauração, com mais investimentos, estou em crer que não hesitarei em mudar-me para uma outra província.
Entretanto, nos próximos anos, e em função do aumento dos licenciados em Angola com o aparecimento de novas universidades públicas e privadas, muita gente será forçada, pela dinâmica do mercado de trabalho que poderá atingir alguma saturação em Luanda, muitos jovens irão preferir desistir da velha cidade...
Tudo questões que o tempo dirá.
Por ora, vale reter que o comércio informal torna Luanda incarecteristica, ao mesmo tempo que o fenómeno da migração entre Luanda e as províncias conhece algumas variáveis muito interessantes de se analisar. Esperemos pelo futuro próximo.
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