Kaluanda que sou - nasci no Marçal e cresci na Vila Alice - e fã da minha cidade, não poderei estar indifirente a esta efeméride que assinalamos a 25 de Janeiro. Luanda, cidade capital de Angola, acaba de celebrar, em simultaneo com outras cidades, como São Paulo, mais um aniversário. Este é, por isso, um bom pretexto para fazermos uma revisão sobre o Estado da nossa cidade, da província mesmo.
Sob o ponto de vista político e administrativo é relevante dizermos que os limites da cidade se alteraram grandemente, ou seja, a cidade crescer grandemente seja a sul como a norte. Absorveu regiões que anteriormente estavam na província do Bengo como a Quissama e a Icolo e bengo (catete). Para além disso, houve a redução de alguns municípios - Ingombotas, Rangel, Sambizanga e Maianga que integram agora o município de Luanda. As razões, melhor do que ninguém, o Executivo as saberá.
Entretanto, quando se fala de Luanda é interessante notarmos que estamos a falar de uma urbe em completa transformação. A mais notável delas está a acontecer na Marginal de Luanda com extensão até a Ilha do Cabo. Essa zona da cidade está de facto mais linda, mais limpa, mais apreciável. Há, como se nota, uma grande transformação da cidade, fruto da onda do imobiliário que assaltou a cidade transformando todos os espaços em novas edificações, geralmente na vertical e alterando o panorama da cidade. Os riscos dessa invasão do betão é a destruição de algum património.
Mas Luanda, quanto a mim fruto da sua densidade populacional - já há quem fale em 8 milhões de habitantes (sendo interessante notarmos a quantidade de estrangeiros que atraca todos os dias) - está enferma ou envolta num mar de problemas. Energia, água e saneamento. Depois Educação, saúde, comercio informal e ambulante, engarrafamentos entre outros.
O mais bicudo dos problemas de Luanda hoje é a sua gente. As pessoas entraram num espírito de deixa andar, de nada fazer para melhorar e apenas esperar do GPL que é bastante prejudicial e as consequências estão a vista de todos. Falta muito civismo. Falta ordem. Em alguns pontos como o troço São Paulo-Cuca, por exemplo, há um caos urbano inqueitante. Ou, se melhor imagem quisermos, é a da cidade de cima. Um regresso a Luanda durante o dia é inqueitante. Um regresso a noite é fascinante. Nem parece que falamos da mesma cidade.
Efectivamente, um mar de problemas de que se espera solução do Executivo do Camarada Bento Bento.
Para já, e como sempre nestes processos de mudança, reacende a chama da esperança de que Luanda possa estar melhor, mais habitável, mais bonita, com melhores e mais eficientes serviços urbanos - água, luz, recolha de lixo, equipamentos urbanos e, possamos então dizer: Juntos por uma Luanda melhor.
As vezes meu caro Adebayo é triste e desanimador sair de casa. Vivo no dangereux onde considero viverem os porcos, as galinhas e toda a espécie de animais. Afinal, para os camaradas que governaram e os que governam a província, Luanda é apenas onde há o asfalto e aí sim, até aos condomínios. Não percebo como é que no Nova Vida há luz e água, nos condomínios idem e no dangereux que fica mesmo por tras não há. Isso é só e apenas uma falta de respeito dessa cambada governativa e governante para com aqueles por quem dizem lutar ou defender.
ResponderEliminarAs empresas de recolha de lixo dão-se ao luxo de receber dinheiro e terem nas ruas pessoas idosas a varrerem as estradas com vassouras. Isso existe nesta cidade. E é nesta cidade que vivo desde 16 de Agosto de 1986, vindo de Malange, que faço a minha vida na luta e na sobrevivência mas com a "Sagrada Esperança" de que os meus netos terão esses sim alguma paz e melhorias o dia-a-dia. Porque eu, que acordo as 4h30 todos os dias, que chego ao serviço as 5h40 para não sair de casa as 6h30 e assim chegar ao escritório as 10, não tenho mais essa esperança porque cada vez mais a cidade, onde as vezes evito estar, não me dá prazer nenhum porque está suja, está maltratada, está mal tratada e está com maiores índices de faltas de respeito. Em situação menor, menor mesmo só a falta de civismo.
Ainda assim também gosto desta cidade e nela me revejo embora muitas vezes seja indesejado, por alguns, por causa da cor da pele.
Infelizmente Luanda só não melhora porque há gente que não tem coragem de bater o pé e fincar o poder do Estado porque ele mesmo não tem noção do que é Estado e assim continua a ser desrespeitado.
Olhar Luanda faz-me sempre lembrar Teta Lando. "É como uma mãe já velha e acabada que deve ser mais amada".
Gostei do teu comentário amigo e camarada Edson.
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