Um novo recomeço

Mais de três anos depois de ter estado em Paris, regressei à terra. Um novo recomeço. Um pouco como diz Nietzsche, "temos de morrer várias vezes" para assim recomeçarmos. É como encaro este regresso. o começo de uma nova etapa na minha, quer do ponto de vista pessoa, familiar e principalmente profissional.

Do ponto de vista pessoal, é um readaptar ao estilo de vida. Independente dos problemas que se possa apontar, e até sabemos quais são, a verdade é que eu me sinto orgulhosamente angolano. esta é a Pátria que eu amo e por ela estou disposto a tudo. este recomeço é posicionamento de novas ideias, de novas concepções da vida e do mundo, da identidade de um africano e uma outra vontade em tudo contribuir.

Do ponto de vista familiar, o desafio de adaptação é extraordinário, mas também tenho a convicção de que para o meu nucleo familiar mais restrito a experiência europeia foi interessante, mas é sempre muito melhor contar com o calor e disponibilidade da família. dos almoços prolongados, das conversas e tertúlias, do chorar dos sobrinhos, dos óbitos e das folias, enfim, a família permite-nos absorver uma outra dimensão do social e cultural, independentemente da abertura que temos para o mundo.

Finalmente, há o desafio profissional. a dimensão informativa da diplomacia impõe-nos muita responsabilidade ainda mais num país como a França onde existe uma proximidade muito grande com as questões africanas, onde a sociedade discute de modo acalorado... o desafio de comunicar noutra dimensão que não a da política externa é ainda mais interessante para este meu regresso.~

E do que vejo? Vejo todos os dias milhões de angolanos lutam arduamente, que não viram a cara a luta apaesar das vicissitudes que todos sabemos que existem. Um povo que continua a... Fogem-me as palavras. Estou de volta a minha terra para uma nova etapa da minha carreira profissional e familiar.


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