Os homens que construíram a América”, ou “Gigantes da indústria”, na tradução brasileira, é uma série documental que traça os perfis dos homens cuja imaginação, ousadia, clarividência (e algumas manobras) fizeram dos Estados Unidos a maior economia do mundo desde o século XIX. Faz todo o sentido aquele princípio dos cientistas sociais segundo o qual a história se repete.
E esta história tem muitas similitudes com a realidade angolana. No final da Guerra Civil, os EUA estavam destruídos financeira e psicologicamente. O Norte e o Sul tinham investido inúmeros recursos na guerra, secando a economia e o espírito optimista da nação. O assassínio do presidente Abraham Lincoln, em Abril de 1865, apenas dias após o final da guerra, foi mais um golpe para os norte-americanos. Dada a situação, alguns previam um declínio nacional. No entanto, em apenas algumas décadas após a guerra, os EUA conseguiram tornar-se numa das principais superpotências económicas e políticas a nível mundial.
A série “Os homens que construíram a América” capta esse crescimento dos EUA após a Guerra Civil, atribuindo esta grande expansão industrial
Os empresários devem assumir um maior protagonismo na transformação da sociedade e nacional à destreza e coragem de alguns homens: Vanderbilt, Carnegie, Rockefeller,
Morgan, Frick e Ford. Os seus nomes atravessam a sociedade actual e são um testemunho do poder e alcance das empresas que construíram.
Os empresários devem assumir um maior protagonismo na transformação da sociedade e nacional à destreza e coragem de alguns homens: Vanderbilt, Carnegie, Rockefeller,
Morgan, Frick e Ford. Os seus nomes atravessam a sociedade actual e são um testemunho do poder e alcance das empresas que construíram.
Este documentário foi construído ao estilo de uma série dramática. Por isso, eles problematizam bastante e mostram o engenho, capacidade de inovação, empreendedorismo inspirador, numa sociedade verdadeiramente liberal, mas onde o trabalho é o princípio orientador.
Vem tudo isso a propósito do que se passa também em Angola. Depois do fim da guerra civil, houve um processo de reconstrução que contou com o contributo da classe empresarial angolana, mas principalmente chinesa, portuguesa e brasileira.
Todavia, é chegada a hora da classe empresarial angolana assumir o seu papel.
É comum dizer-se entre nós que os empresários são parceiros do Estado. É verdade, mas muito mais verdadeiro é o facto de que os empresários devem assumir um maior protagonismo na transformação da sociedade, identificando as oportunidades e encarando frontalmente os desafios no sentido de dar-lhes solução.
O princípio fundador dos empresários numa sociedade capitalista é a maximização do lucro.
Mas isto só acontece num ambiente de negócios são, transparente e aberto, ao qual empresários concorrem de modo livre sem constrangimentos de qualquer natureza. Fazemos, pois, fé no adágio segundo o qual a necessidade aguça o engenho, mas nem sempre é necessário qualquer manobrismo ou contorcionismo. O mais importante será alicerçar o êxito no trabalho e na capacidade de encontrar soluções como sucedeu com Rockefeller quando decidiu avançar com a construção do gasoduto no lugar de manter a sua dependência em relação ao transporte ferroviário, em particular de Vanderbilt.
Ao assistirmos ao documentário, o que é ainda mais interessante é a capacidade destes homens em encontrar soluções verdadeiramente inovadoras. Veja-se como Ford inovou do ponto de vista da produção industrial e da gestão.
A produção em linha trouxe dividendos massivos, e é este olhar que se pede/espera da classe empresarial.
Não podendo esbanjar divisas no exterior, precisamos de criar aqui verdadeiras instâncias turísticas para férias internas. Criar o nosso Algarve, o nosso Sul de França, o nosso Miami, o nosso Quénia. Temos tudo para isso. Falta avançar com urgência. Porque não transformarmos o Namibe e/ou o Lubango nesta perspectiva do turismo? Porque não avançamos de modo vigoroso com o turismo em Okavango, saindo do papel e dos planos bonitos à realidade tangível?
Antes de olharmos para a atracção de turistas estrangeiros, é vital fomentarmos o turismo interno, e posteriormente então transformarmos Angola num destino turístico internacional. Mas não faz qualquer sentido dispor de planos que nos obriguem a olhar para o turista estrangeiro e ignorar o nacional. E aqui, para mim, está a falhar principalmente a classe empresarial – com quota–parte de responsabilidades para o sector bancário que continua muito retraído nos investimentos.
A excelência e o brio com que se viram os desfiles do Angola Fashion Week devem reflectir-se também na indústria da moda. Este é um sector vital na medida em que permite aos países abraçar um componente de industrialização com potencial de exportação. Numa altura em que algumas fábricas e marcas internacionais se encontram a deslocalizar as suas unidades de produção da Ásia (China, Vietname, Filipinas e Indonésia) para África (Etiópia e Ruanda), porque não apanharmos também este barco? Mas, repito, é vital que as peças exibidas no Angola Fashion Week estejam disponíveis, o que torna necessário olharmos com atenção a tecelagem, a plantação de algodão e potencial de empregabilidade do sector. A moda é um dos pilares da economia italiana e francesa.
A moda emprega milhares de pessoas na RDC ou na Côte d’Ivoire. Porque não também em Angola?
Finalmente, gostaria de felicitar a nova gestão da TAAG pelos benquistos passos dados. Começam a vislumbrar-se sinais de mudança e de uma nova era na companhia de bandeira. Esperemos que os angolanos aprendam com a gestão da Emirates. Felicito também o supermercado Candando.
Uma verdadeira pedra no charco ao nível da distribuição. Oxalá a excelência persista deixando claro que os angolanos têm o direito de dispor de serviços de qualidade com nível mundial.
Emanuel João
In: http://www.mercado.co.ao/opiniao/exemplos-de-empreendedorismo/
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